quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Primeiro dia de aula

A noite anterior foi torturante, os pensamentos iam a mil, parecia até que eu ia me casar, a curiosidade pelo desconhecido é assustadora. Mas por incrível que pareça no dia eu não estava nada empolgada.
5:05 da madrugada o celular toca, levantei em um pulo e fui me arrumar, depois de escolher roupa, maquiar, tomar café, escovar cada pecinha do aparelho estava pronta para sair mas ainda era 5:30 e eu só sairia as 6:00. O resto da casa acordou e fizeram mais café, e pães de queijo o que me fez sair de casa apenas ás 6:20, olhei pro céu e perguntei a meu acompanhante onde estava o sol, ele de humor matinal nada respondeu. O vento gélido que soprava me causava arrependimento por não ter pegado uma blusa mais grossa, até que começamos a subir um aclive que me fez transpirar e ter vontade de retirar a fina blusa de frio que eu vestia.
No metrô as cores escuras da estrutura se misturavam ao céu e se diferenciavam das misturas de cores nas roupas da população, enquanto esperávamos por algumas vezes sentia o chão tremer sob meus pés e tentava distinguir os sons do bater de asas dos pombos, a aproximação do metrô, a conversa dos humanos e os carros não muito próximos dali. Já dentro do metrô as pessoas mantinham expressões serenas ou sonolentas da manhã, algumas aparentavam estar dormindo em pé outras também de olhos fechados conversavam consigo ou com Deus, a cada parada as portas se abriam e o vento entrava levantando cabelos e liberando leves sorrisos nos rostos que eram tocados por ele, mas quando se fechavam e o movimento começava o calor humano, o cheiro de perfumes, e hálito matinal se espalhavam por todo o vagão, era possível sentir o respirar de desconhecidos e ficar tonto se tentasse fixar seus olhos em algo que passava correndo pela janela, mas todas essas sensações cessaram quando meu ombro esquerdo ficou muito dolorido pelo peso da bolsa carregada por materiais escolares.
Quando desci na estação próxima ao colégio percebi que quase todas as pessoas que estava comigo iam para o mesmo lugar, o atravessar das ruas chegava a ser engraçado, todos aqueles jovens com mesma média de idade, ao mesmo tempo, para o mesmo lado. Já eram 7:00 e não havia sol, este seria um dia cinzento, sem sol e com muito vento.
Na escola fui indicada para a sala quarenta. Subi escadas, e mais escadas e a sala já estava lotada quando cheguei, não avistei cadeiras para canhotos e me sentei longe o suficiente para não conseguir ver o que estava escrito na lousa, parei para observar as pessoas e vi que a maioria estava desnorteado como eu, logo puxei papo com a garota do meu lado, muito simpática, e me explicou um exercício de geometria que ela havia feito e eu não, foi a única pessoa com quem conversei neste primeiro dia, mas valeu a pena, comemos barras de cereal e biscoitos no intervalo, e voltamos juntas até o metrô prometendo a nós mesma chegar mais cedo no dia seguinte já que ela também não enxergava o que estava escrito na lousa de onde estávamos sentadas.
Na volta fiquei distraída nos meus pensamentos, voltei para casa no automático, e descobri que meu automático não funciona muito bem, pois fiquei perdida na hora de pegar o segundo metrô, motivo pelo qual cheguei em casa quase ás 14:00, depois de 30 minutos de voltas cegas entrei pelo lado errado atropelando e pedindo desculpa as pessoas que estavam saindo, mas cheguei onde queria. A caminhada até em casa foi bem calma e agradeci a Deus por não ter sol forte neste dia, acho que meu corpo se acostumou a temperatura e eu estava gostando.
Primeiro dia vencido mas creio que melhores virão. Já são 16:48 e nada de sol, quem sabe amanhã.

Um comentário:

  1. Pães de Queijo *.*? HAUshuahsaa' Vc sai de Minas Gerais mas Minas não sai de você heheheh' Nunca! até eu fiquei curioso como deve ser aí , parece legal o lugar onde estuda HeheheHEEH" gostei da forma como escreveu este texto, ja pensou em escrever um livro? pois devia ;D. bjus

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