sexta-feira, 20 de agosto de 2010

21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo


Livros tem sido meus fieis amigos a algum tempo, viajar um épocas e lugares distantes de acordo com as palavras é um passatempo indispensável.
Já que aqui estou eu, na grande metrópole, e com a carteirinha de estudante, na época da bienal... lá vamos nós.
Domingo, acordar cedo e sair ao vento, pegar um metrô não muito cheio nem vazio, caminhar desnorteados entre as pessoas de mau ou bom humor por terem que sair de casa em pleno primeiro dia da semana até encontrar a saída para o ponto de onde o ônibus nos levaria ao encontro do fascinante aglomerado de encantados livros.
O ônibus que nos transportaria era de entrada livre pago pelo município, e não haviam pessoas desesperadas como imaginei que seria, parecia que aquele não era o programa de muita gente naquele dia, era pouca distancia e logo chegamos, eu nunca havia estado em um lugar assim, era uma enorme exposição de todos os tipos de literatura e incentivo a mesma, havia o cheiro de livro novo no ar, e o vento gelado que entrava pela porta parecia um encanto saído dos mesmos.
Não é novidade que por aqui encontro todo tipo de humanos, e não foi diferente, cada um em busca do que mais lhe agradava, desde HQ’s passando por sebos, histórias, estórias e livros de aprendizagem, arte, idiomas e tudo o que fosse possível encontrar escrito havia uma grande probabilidade de ser encontrado ali. Como todos os outro busquei o que me agradava ao passar por um sebo encontrei livros ilustrados com a história da arte européia e enciclopédias também sobre arte por um preço absurdamente baixo e totalmente acessível a mim, nos primeiros 10 minutos ali gastei o dinheiro proposto para o dia.
Passei pela área de inglês onde resolvi um jogo de palavras-cruzadas e como prêmio um parabéns do jovem com ar de inteligente que ali estava, usando um óculos negro simples que o deixava com cara de Johnny Depp. Passei por lojas de quadrinhos e réplicas de batmovel e homem de ferro, peguei livros gratuitos com o compromisso de ler e passar para outras pessoas que também lerão e repassarão para outras, vi crianças, jovens e idosos que pareciam ser apaixonados por palavras, vi escritores desconhecidos esperando que alguém lhes pedisse um autógrafo, e trabalhadores vendendo como podiam o material que possuíam. Os corredores são largos e o teto alto, nos fazendo ficar mais perdidos e imperceptíveis diante das grandes obras eternizadas em papel que nos rodiavam.
A mochila estava pesada pelos livros e a esta altura já havíamos encontrado alguns amigos do meu primo-acompanhante e estávamos andando em um grupo de seis, dois eram extremamente calados, e o outro apenas conseguia dar atenção a mais nova do grupo que não se calava por um minuto se quer, a maior parte do tempo apenas desperdiçando palavras.
Depois de voltas e mais voltas pelos labirintos literários ficamos em um fila para conhecer de perto um grande escritor e desenhista, que fez parte de minha infância e seria uma honra conversar com ele, foi uma hora parados em fila indiana e mais uns 30 minutos andando na mesma, depois disto nos encontramos com Mauricio de Souza, tiramos fotos, pegamos autógrafos, mas o segurança pediu que nos retirássemos sem nem conversar pois havia muita gente na espera. Foi divertido, mas eu tinha em minha mente uma imagem de Maurício de Souza jovem com aqueles cabelos negros como as vezes aparecia desenhado em quadrinhos, mas me encontrei com um senhor que disse que não poderia desenhar o ‘capitão feio’ pois é muito trabalhoso e ali seria um trabalho rápido, bem de qualquer forma tínhamos fotos, era o suficiente. Depois um lanche de sanduiche frio e outra fila, desta vez eu tinha certeza de que valeria a pena eu ia conhecer John Boyne! Desenferrujei meu inglês na fila pra conseguir dizer algo a ele, não tenho ídolos cantores ou atores super populares, mas admiro muito um ser humano que consegue fazer muitas pessoas chorarem com palavras de boa índole, e como alguns dos meus autores favoritos estão mortos, John Boyne era uma ótima opção, “o menino do pijama listrado” quer em filme ou livro é bom e valeria a pena conhecer a pessoa que o criou.
A fila foi rápida e só consegui trocar algumas palavras com ele, mas devo acrescentar que ele tem uma cara de bondade, algo bonito, se o conhecesse um pouco melhor diria que era cristão, mas não posso afirmar com as poucas bases que tenho.
Nosso diálogo foi:
BPM: Eu chorei lendo o ‘menino do pijama listrado’, quando um ser humano consegue alcançar o coração de outros com boas palavras é um tipo diferente de herói.
Ele sorriu, inclinando a cabeça para olhar de quem era a voz que dizia aquilo e respondeu
JB: Obrigado, é realmente muito bom ouvir isso das pessoas.
Logo em seguida a mulher foi nos enxotando de lá para os próximos, mas foi minha primeira experiência ao vivo com um verdadeiro escritor e foi super emocionante. Consegui ver o Ziraldo de longe também, mas não havia mais vagas para conhece-lo tive que me contentar em contemplar ao longe um senhorzinho com um olhar simples e feliz que parecia o papai-noel disfarçado de homem normal conversando e brincando com crianças que não eram eu.
Despedidas dos novos conhecidos, pipoca colorida na saída e uma grande fila para fazer o mesmo caminho de volta para casa.
Se você tiver a oportunidade de ir a lugares onde dão valor a livros, vá. Vale muito a pena.

2 comentários:

  1. AAAAH adorei sei blog!
    ja to até te seguindo no seu blog... ele deixa o meu no chinelo hahaha mas td bem
    beijos

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  2. Hey! valeu por ter respondido a meu apelo rsrsrsrs... adorei o q postou acima... infelizmente aqui no roção não existem eventos como este. ;( por um minuto quis estar no seu lugar! ahahahahha! desejo tudo de bom pra vc ai Bia.. e espero q tudo dê certo aí, SP é uma cidade grande... eventos interessantes é algo q n falta! rsrsrsr quero ter o prazer de ler mais posts como este . bjuss

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